Primeira escala: a descoberta dos parkings do aeroporto do Porto

Para eles, a primeira experiência nos parkings do aeroporto do porto ficou marcada na memória como o início silencioso de uma viagem que os levaria muito mais longe: à Holanda. Embora tivessem viajado outras vezes, nunca antes tinham utilizado os estacionamentos daquele aeroporto, e a simples tarefa de deixar o carro converteu-se, inesperadamente, numa pequena aventura prévia à descolagem.

Recordavam perfeitamente aquela manhã. Saíram com tempo, talvez demasiado, porque preferiam evitar qualquer imprevisto. Enquanto avançavam pela autoestrada, falavam dos canais holandeses, dos museus que queriam visitar e da emoção de percorrer Amesterdão a pé.

No entanto, ao chegar às imediações do aeroporto, toda a sua atenção centrou-se noutra questão: onde deixar o carro sem se perderem entre os sinais, as tarifas e os diferentes tipos de estacionamento?. Ao princípio, observaram o labirinto de cartazes como se fosse um quebra-cabeças. Estava o parque de curta duração, o de longa, o coberto, o descoberto, o que requeria reserva prévia… e cada um com o seu próprio acesso. Ele conduzia devagar, olhando para um lado e para o outro, enquanto ela consultava no telemóvel a informação que tinha guardado por precaução. Ainda assim, a sensação de não estarem completamente seguros resultava-lhes inevitavelmente cómica.

Finalmente, encontraram a entrada indicada para o parque de longa duração. Ao cruzar a barreira automática e ver as filas ordenadas de carros, sentiram um suspiro de alívio, como se tivessem superado o primeiro desafio da viagem. Estacionaram junto a um candeeiro para recordar melhor o lugar e, antes de fechar as portas, reviram duas vezes que levavam tudo: malas, mochilas, bilhetes, passaportes. Aquela comprovação minuciosa converteu-se em parte do ritual.

O trajeto desde o estacionamento até ao terminal resultou ser surpreendentemente cómodo. Um pequeno autocarro de transporte aproximou-os em poucos minutos. Durante o trajeto, observaram outros viajantes com a mesma mistura de pressas e emoção que eles. Foi então que compreenderam que aquele parque não era simplesmente um lugar para deixar o carro, mas o verdadeiro ponto de partida de milhares de histórias.

Ao entrar no terminal, prontos para voar para a Holanda, olharam para trás um instante. A sua primeira experiência nos parques do aeroporto do Porto tinha sido simples mas significativa: a lembrança de que cada viagem começa muito antes do avião, nos pequenos passos que fazem parte da aventura.